Storytelling e Comunicação Profissional

O poder das histórias na comunicação profissional

Te convido a fazer um exercício comigo: pense no seu currículo. Desde a seção de resumo no topo dele, até suas conquistas e habilidades, essencialmente, o currículo é um espaço para você contar a sua história profissional.

Então, mas por que ficar apenas com currículos? Desde a entrevista para conseguir o emprego dos seus sonhos até cada reunião de atualização de projeto, cada argumentação com o cliente e cada lançamento de ideias, também é um exercício de Storytelling.

O Storytelling é uma habilidade chave da comunicação que utilizamos diariamente, tanto na nossa vida privada, quanto para desempenhar o nosso trabalho, mas que infelizmente não é ensinada formalmente em nosso sistema educacional.

E de tudo o que você já ouviu falar sobre Storytelling, imagino que uma pergunta seja recorrente: as pessoas nascem contadoras de histórias ou é uma habilidade que pode ser aprendida e praticada?

A boa notícia é que somos todos contadores de histórias natos. É uma habilidade tão antiga quanto nossa própria espécie, e por isso já está impregnado em nosso DNA. A vantagem em se praticar o Storytelling é que dessa maneira podemos utilizá-lo de forma consciente.

E o que pode nos ajudar a praticar mais?

Bem, existem alguns passos para isso:

Precisamos entender nosso público

Sempre que estamos compartilhando nossa história no mundo dos negócios (qualquer comunicação profissional), estamos fazendo isso com um propósito e com uma parte interessada. A história tem que fazer sentido para o seu interlocutor. Portanto, saber e focar no seu objetivo é importante.

Pense nisso como algo tão simples quanto a narrativa da história. Se a mesma história for contada a partir de pontos de vista diferentes, como por exemplo dois personagens que vivenciam um mesmo acontecimento, a mensagem que compartilhamos e como a mostramos pode produzir uma ideia na cabeça do interlocutor diferente do objetivo esperado.

Da mesma forma, se você tiver uma compreensão bem apurada do seu público, pode selecionar os pontos da história que ajudarão a aprimorar a sua comunicação profissional e escolher o melhor formato, duração e o tipo de narrativa corretos.

Existe uma estrutura de história que pode ajudar a simplificar nossa comunicação profissional?

Um dos segredos do Storytelling é que existem algumas estruturas bastante comuns e conhecidas de histórias. Esse tipo de estrutura ajuda a reduzir a ambiguidade na estruturação de uma conversa.

Por exemplo, no mundo do pensamento estruturado, existe uma estrutura comumente usada chamada SCQA – Situação, complicação, pergunta e resposta. Nessa estrutura, você primeiro declara o contexto, a complicação que torna necessário o agir agora, as questões que precisam ser abordadas e a solução ou resposta. Isso funciona bem, por exemplo, nas atualizações e recomendações de projetos.

Outra estrutura propagada pelo autor Paul Smith analisa os diferentes aspectos da construção de uma história e os classifica como peças importantes em uma narrativa. Para Smith, o personagem é importante. A terra prometida ou a busca por um personagem específico é importante. O conflito que impede que o encontro do tesouro é importante. A urgência da história em se resolver, e, por último, a resolução que se torna evidente. Esse tipo de estrutura é frequentemente visto em apresentações de Pitch.

Existem muitos outros formatos de estrutura. Basta buscar no Google pelos autores James McSill ou Robert McKee, autoridades no assunto, ou ainda procurar por outras estruturas bem conhecidas, como a jornada do herói, storytelling da Pixar ou da pobreza à riqueza.

Deixe sua história curta

Muitas vezes não temos tempo para compartilhar nossa narrativa. Ter o poder da síntese nesses momentos ajuda muito. Podemos aprender com a Ficção em Drops, que conta uma história inteira em 6 a 10 palavras. Tomemos, por exemplo, “Vende-se sapatinhos de bebê nunca usados”, de Ernest Hemingway.

A elaboração de frases, manchetes e resumos claros pode ajudar a evitar a confusão de informações.

Você pode, por exemplo, apresentar os números de impacto antes do resultado. “O lucro aumentou em 65%, levando nosso resultado anual a casa dos 100 milhões de reais”. Se você mostrasse primeiro os 100 milhões, o impacto do resultado seria menor. “O resultado anual ficou na casa dos 100 milhões de reais, o que representa um aumento de 65% no lucro.

Abuse da simplicidade

Fuja das palavras complexas, rebuscadas, planilhas, gráficos, especificações técnicas e quaisquer outras informações que possam deixar sua história complicada demais e que só aumentam ainda mais a confusão. A comunicação simples é sempre a preferida, pois as pessoas estão cada vez mais ocupadas e precisam entender rapidamente a comunicação que lhes é apresentada.

Que papel desempenha o estilo?

Por último, mas não menos importante, o próprio estilo na hora de contar a história desempenha um papel fundamental em sua compreensão. Por exemplo, a mesma história pode ser contada por uma pessoa para dois públicos distintos, em dois estilos muito diferentes. É aqui que entra a criatividade do comunicador. Em uma reunião com diretores e gestores, provavelmente a história será contada de modo mais formal e direto. Já com os colaboradores da produção, o uso de metáforas, retórica e humor desempenham um papel de deixar a informação a ser contada mais leve para facilitar a sua compreensão.

O estilo de se contar uma história é algo que só desenvolvemos com a prática. Portanto, primeiro comece estruturando melhor os fatos que pretende contar, tendo um bom início, uma jornada que prenda a atenção e um final transformador. Aprender a criar uma boa história é a base que levará você a ser um excelente profissional, que domina a arte do Storytelling e da comunicação.

Gostou das dicas? Venha aprender todos os elementos que compõem as histórias!

Traduzido e Adaptado livremente de economictimes.indiatimes.com

Thiago Amadigi
Thiago Amadigi
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Co-founder da B! e filmmaker. Star wars, vídeo game e Madonna, sempre. Tenho dificuldades para me equilibrar na cadeira do escritório. Gosto de discutir os grandes temas da vida: MasterChef, política e cinema. Nessa ordem.

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