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Como escrever um texto de autoajuda

Os leitores, mais que nunca, exigem resultados práticos e um retorno do tempo investido na leitura e aplicação dos princípios, práticas ou conselhos, bem como, estão conscientes de que tempo é, sobretudo, dinheiro. Os leitores da última década descobriram que programas e filosofias, como a “lei da atração”, foram princípios prometidos, mas, simplesmente, não funcionaram para eles. Isto é, os genuínos livros de autoajuda vendem bem, os velhos de “abracadabra”, cada vez menos.

Primeiro, a autoajuda é uma indústria muito diversificada, inclui uma variedade de segmentos de mercado, dos institutos holísticos e esotéricos aos infomerciais – gente que escreve um livro para se promover ou promover a sua empresa –, livros de palestrantes motivacionais, livros que repetem o que se assiste em seminários, treinamento pessoal, educação, perda de peso e programas de gerenciamento de estresse e truques para melhor gerir a sua vida pessoal ou empresarial. Basta colocar as palavras líder e liderança no Google e ver por si mesmo o que digo. Espera-se que este mercado cresça e continue a atingir uma média de 5,5% de ganhos por ano. Quem hoje não tem um livro publicado para alavancar o seu negócio, pode não ter negócio.

Se você ministra seminários ou é um palestrante público, sem livro você tem credibilidade zero. Zero, nada, nenhuma. Se pensa em entrar nesse mercado, sugiro que já tenha o livro, ou os livros. E que não sejam auto publicados ou o famoso “escrevi apenas um capítulo de uma coletânea”.

Os seminários de treinamento ao vivo são um negócio incrível de mais de 500 milhões de dólares ao ano nos EUA, quase o mesmo na América Latina, mais de 1 bilhão na Europa. Embora tenha havido um declínio nos últimos anos devido aos custos de viagem, ainda é um mercado crescente. Entretanto, numa tendência que se estabeleceu durante a pandemia, os webinários estão agora se tornando mais populares, com menor custo e disponibilidade a qualquer hora do dia. Só que, a figura do palestrante local está desaparecendo. Por exemplo, se eu desejar, posso me projetar em 3D, a partir do meu estúdio, para qualquer parte do mundo. A restrição é a língua (no meu caso, trabalho em inglês, português ou espanhol), que a cada dia se torna menos uma barreira. O Skype, por exemplo, já me traduz para o Alemão e Japonês, o Zoom, o fará em breve. Daí, o bom mesmo é ter o livro e já pensar em traduzi-lo. A venda de um livro físico ou eletrônico, verdadeiramente profissional, é essencial. Se não o fizer, o concorrente o fará. Aqui repito: sem o livro você não tem credibilidade. E quem diz isso não sou eu, é o mercado.

Você está buscando sobre o que escrever e para quem?

A lista de sete fatos a seguir, ajudará a fornecer as principais tendências da autoajuda.

  1. 18 mil coaches são registados e muitos mais trabalham apenas nos Estados Unidos. Quase o mesmo número se aplica ao Brasil.
  2. Os com livros mais conhecidos tendem a ser mais bem-sucedidos.
  3. Quanto mais simples for o título, melhor vende.
  4. Quanto mais bem-estruturado o livro, mais credibilidade traz.
  5. Por que esse é um mercado tão grande? É que as histórias que contamos a nós mesmos e aos outros falam dos nossos problemas ou soluções subconscientes. Temos vários níveis de comunicação, mas alinhar e verbalizar uma história são os mais primordiais de todos. Podemos narrar a mesma história com o foco no problema ou com o foco na solução.
  6. Nós nos construímos a partir das histórias. Se a nossa história vai mal, um bom livro poderá ajudar a resolver. Pois o que você “narra” sobre si mesmo fará com que os outros reajam, esta reação será consequência direta de como você pensa, entende, alinha e expressa as próprias histórias que lhe afetam a vida.
  7. Já passou pelos problemas e encontrou uma solução? Desenvolveu um método? Não deixe para depois… escreva um livro.

Repito o que disse já na primeira lição: remodele a sua história e remodelará a sua “excelência humana”. Em miúdos, quanto mais conhecer de história para entender as histórias de sua vida, mas fácil será reinterpretá-las e transformá-las. Para estruturar o seu livro de autoajuda, a base é a mesma que usamos para estruturar um romance ou uma apresentação. O segredo está em como abordamos partes dos três aspectos da estrutura.

Na estrutura subjacente, para delinear o objetivo/obstáculos/desfecho de uma cena, por exemplo, evite calcá-los em questões como:

  • O que está errado?
  • Quão grande é esse problema?
  • Há quanto tempo o problema está acontecendo?
  • Por que não o resolvi ainda?
  • Por que eu o tolero?
  • Qual é o pior exemplo desse problema?
  • De quem é a culpa?

Essas perguntas ou focalizam no passado, ou no presente. Elas também fazem com que você fique completamente associado ao problema e se sinta mal com isso. Em vez disso, faça perguntas tais como:

  • O que eu quero?
  • O que eu quero em vez da situação atual?
  • Que recursos tenho para conseguir?
  • Como eu me sentirei quando resolver o problema?

O eu aqui, entenda-se o leitor, o consumidor deste gênero literário.

A reflexão sobre a estrutura subjacente é mais do que uma reflexão sobre a solução. Uma vez que tenha definido o problema, terá criado um objetivo que vislumbrará o futuro, isso levará o leitor em direção à solução de uma maneira estruturada. Se se pensar bem nos recursos e estiverem claros no livro, os obstáculos serão realisticamente enfrentados com ferramentas que o leitor sabe as que possui, e o “desfecho” será adequado, deixando o leitor com a sensação de ver o problema equacionado. E o livro de autoajuda que você escreveu será um sucesso.

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James McSill
James McSill
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Um dos consultores de histórias mais bem-sucedidos do mundo, autor, conferencista e filantropo.

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