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Utilize o poder das estórias

Desde os primórdios da humanidade a estória é usada como meio poderoso para ensinar, transmitir e fortalecer crenças, informar, entreter, influenciar e dominar. Por isso, inata e intuitivamente, todos nós temos a capacidade de criar e contar estórias e estamos moldados para ouvi-las e aprender com elas. Você pode aprimorar suas habilidades e tornar as suas estórias mais eficazes com o Storytelling, que explica como funcionam e para que servem as estórias e como usá-las. O Storytelling tem duas acepções: uma trata das técnicas de construção de estórias; a outra lida com as formas de contar estórias para uma audiência.

“As histórias são as melhores ferramentas inspiracionais, motivacionais e instrucionais (…) somos fisiologicamente programados para acolher histórias, e geneticamente programados para aprender através delas.”

Engaje a audiência

Para que as suas estórias sejam eficazes, elas precisam engajar a audiência. Defina objetivos claros e construa personagens instigantes para atrair a atenção, e mantenha a audiência presa às estórias através dos conflitos e dos obstáculos, sempre a caminho do futuro.

“No entretenimento criamos uma ilusão de realidade (…) na educação aplicada (…) dentro da empresa (…), na escola ou na vida, o Storytelling acelera o processo de aprendizado e otimiza a retenção.”

Planeje a sua estória

Quer seja no Storytelling empresarial, na vida ou no romance, use estes ingredientes da estória: o propósito da estória; o personagem e os seus objetivos; os dilemas morais do personagem; a trama; a estrutura da estória; os conflitos; e, as cenas.

“Na vida, a grande força do Storytelling vem do seu efeito inspirador, que permite às pessoas desconstruir, analisar e reinterpretar as próprias estórias a partir das suas próprias experiências e criar e recriar significados.”

Defina o propósito da sua estória

A sua estória pode ter como propósito obter resultados – o que se vai obter, se é uma “estória de obter”, ou a nova pessoa em que alguém se vai transformar, se é uma “estória de transformar-se”; ou, a sua estória pode ter apenas o propósito de entreter – nas estórias de ficção. No caso do Storytelling empresarial, o objetivo é levar as pessoas a agir – mudar comportamentos, vender, comprar, ou algo semelhante. Se é para transformar a sua vida, ou a de outros, você precisa reinterpretar sua estória passada, o eu-passado, para que o personagem eu-presente veja a possibilidade de transformar-se no eu-futuro, melhor, mais capaz e mais forte. O propósito da sua estória tem uma importância enorme na construção do personagem: No Storytelling visando resultados, o personagem tem de ser capaz de desencadear os eventos e conduzir a ação com sucesso.

“É que estória, isto é, os princípios de estória – Storytelling – aplica-se sempre a tudo o que você cria, recria, escreve, comunica…”

Construa um personagem convincente

O personagem é a razão de ser da estória. Crie um personagem que suscite empatia, seja forte e corajoso, siga lutando até ao fim para ultrapassar obstáculos aparentemente intransponíveis, e atinja resultados satisfatórios, em um percurso que o torna uma pessoa melhor. Só um personagem convincente e capaz de levar a estória até o fim fará as pessoas ligarem para a estória. Construa e caracterize, o mais cedo possível, o personagem para que a audiência se relacione com ele, ao construir facilmente uma imagem do personagem. Para isso, considere estas áreas básicas sobre o personagem: O nome e a idade do seu personagem; com o que ou com quem ele é parecido; onde o seu personagem habita, onde se encontra em cada momento da estória e o que faz para viver; como foi a sua infância; como ele lida com conflito e mudança; com quem se relaciona na sua vida; o plano de ação e a motivação do seu personagem para ter sucesso.

“A boa estória deve provocar na audiência não a sensação de que está chovendo, mas a sensação de estar molhado.” – E. L. Doctorow, autor de Cidade de Deus.

Para que o seu personagem seja convincente, confira-lhe pelo menos uma de três características (dos termos em inglês que se usam em Storytelling):

“Dan Brown engaja o leitor com uma narrativa cujos objetivos e obstáculos são claros e bem construídos, em sequências – que chamamos de cenas – que seguem uma estrutura usada há milênios.”

  • GRIT – Determinação e coragem em ação, que levam as pessoas a agir;
  • WIT – Inteligência, talento, perspicácia, que permitem evitar o melodrama em situações emotivas;
  • IT – Carisma, capacidade de atração, que suscita a admiração ou a inveja.

“Nos EUA, porém, cerca de 28% do produto nacional bruto contabiliza-se à persuasão: utilização de estórias para levar outros a agir.” – American Economic Review

Atente, também, nestes treze tipos de personagem que engajam a audiência:

“Recolher e utilizar estórias [na corporação] não é prerrogativa apenas de profissionais (…) Cabe a todos, sem exceção. (…) a corporação é cada vez mais vista como o repositório de memórias.”

  • O que vive com paixão e encara cada novo dia com entusiasmo.
  • O que trabalha intensamente pelo que está apaixonado.
  • O que aceita o novo e luta para ficar confortável na nova situação.
  • O que vive de acordo com as suas expectativas, não com as dos outros.
  • O que desbrava o seu próprio caminho.
  • O que segue em frente e muda de caminho quando é preciso.
  • O que não fica bloqueado, dizendo que o percurso da sua vida está errado.
  • O que continua a lutar, apesar das dificuldades.
  • O que lutou e conseguiu sair da angústia, do sofrimento e do fracasso.
  • O que compreende a sua vida olhando para o passado, mas vive no presente, olhando para o futuro.
  • O que adere a novas ideias e aceita lições e desafios, para crescer cada vez mais.
  • O que valoriza e desfruta as pequenas coisas da vida.
  • Os que é honrado e solidário com os que têm necessidades.

“Dez entre dez CEOs bem-sucedidos que conheço nada mais fazem do que contar boas estórias sobre o futuro da empresa que dirigem.”

Crie dilemas morais ao personagem

Os dilemas morais criam tensão e conflitos e isso estimula a audiência a manter-se engajada na estória, seja em uma reunião executiva, ou na análise da vida, ou em um romance. Para aumentar o impacto do dilema moral, enquadre-o em um de três modelos:

“O Storytelling corporativo se baseia em fatos. Mas isso não quer dizer que os fatos não possam ser tratados com uma boa e bem contada estória. (…) os consumidores e os colaboradores estão doidos por boas estórias.”

  1. “Contagem regressiva”, ou “tempo se esgotando”, ou “opções se esgotando” – O tempo e as opções se esgotando e alimentando o suspense.
  2. “Arena” – No Storytelling, isso significa que o personagem tem de superar obstáculos e adversários em uma luta que pode ser mortal.
  3. “Metafísica” – Os dilemas que parecem surgir de um plano mais elevado e misterioso, como vida versus morte, paz versus guerra, e outros de índole semelhante.

“[Os responsáveis da empresa] Precisam de estórias perfeitamente alinhadas – isto é, estruturadas dentro de paradigmas comprováveis –, pois são eles, além do CEO e outros líderes, que mais precisam persuadir outros a agir, ao utilizar o ‘instrumento estória’.”

Um dilema bem forte e presente é muito importante para orientar o desenvolvimento das cenas.

“A estrutura [da cena] é muito bem compreendida. Embora ninguém consiga escrever a cena perfeita, há como escrever a cena perfeitamente estruturada.”

Defina a trama

Tendo em conta o propósito da estória e escolhido e caracterizado o personagem, defina a trama – a sucessão de acontecimentos que constituem a ação da sua estória. Considere as teorias básicas de Aristóteles:

“As estórias tornam-se interessantes quando os personagens são colocados à prova!”

  • Inicie a sua estória com um bom dilema, que coloca o personagem perante um problema difícil, em que ele é forçado a fazer uma escolha que mudará a sua vida.
  • Explore o dilema até o desencadear de uma crise.
  • Obrigue o personagem a tomar uma decisão e leve-o a agir de acordo com essa decisão.
  • Repita o ciclo, dilema – crise – decisão – ação, até o personagem atingir seus objetivos.

“O elemento essencial, a razão de tudo isto [a estória] existir, resume-se ao personagem. No fim das contas, estórias são sempre sobre pessoas.”

Estruture a sua estória

Estruturar significa arranjar e rearranjar os elementos do texto para que eles formem uma linha coerente e compreensível. Em uma primeira fase, você precisa ordenar as partes, os capítulos, as cenas e os elementos das cenas, e quaisquer outros elementos constituintes da estória. Depois, aplicando os princípios da estrutura, você pode analisar a sua estória, detectar defeitos, aprimorar o desenvolvimento dos seus elementos e otimizá-la. A estrutura consiste de três aspectos que se interligam, cada um ajudando a construir os outros:

  1. Estrutura subjacente – Constituída pelos elementos técnicos não diretamente perceptíveis à audiência que você decide usar, tais como: quando e como são revelados os aspectos mais importantes; o tipo de sequências ação/reação; de quem é o ponto de vista da narrativa; o tipo de vocabulário e o nível de linguagem; discurso direto ou indireto; número de palavras para descrever diálogos, fatos e circunstâncias.
  2. Maneira como você vai usar os elementos técnicos não diretamente perceptíveis à audiência – Para criar impacto. Por exemplo: Os sentimentos da audiência e as circunstâncias, pela sua escolha de quando e o que revelar dos fatos relevantes da estória; medo, ou surpresa, ou outro efeito, através do uso de uma sequência ação/reação; uma inclinação da audiência, ao escolher o ponto de vista da narrativa; surpreender, ou não, a audiência, ao escolher o vocabulário de acordo com o tipo de estória, ou não; levar a audiência a dar atenção aos aspectos gerais ou a detalhes da estória, ao escolher o nível da linguagem; proximidade ou distanciamento relativamente à estória, pelo uso do discurso direto ou o indireto; irritação, ansiedade ou a sensação de ritmo rápido, ao usar frases curtas, ou melancolia e a sensação de ritmo lento, ao usar frases longas.
  3. Elementos da estória – Ou a moldura da trama, narrados de forma diretamente perceptível à audiência.

Defina a macroestrutura da sua estória

A macroestrutura é a “estrutura perceptível da trama”, na qual você vai encaixar as cenas. Utilize a seguinte sequência lógica (com indicação das respectivas porcentagens do total da trama), que se baseia na estrutura clássica de três atos criada por Aristóteles:

  1. Crie a situação inicial, e desenvolva o incidente inicial (até 10% da trama).
  2. Estabeleça o dilema moral do personagem (estas duas primeiras partes, até 25% da trama). É nestes primeiros 25% que você ganha ou perde a audiência.
  3. Faça progredir a estória, até os 50%: o que estava muito difícil de resolver ficou quase impossível, mas o personagem tem de prosseguir.
  4. Dos 50% aos 75% da trama, quando parecia não ser possível aumentar a tensão sobre o personagem, o dilema moral parece esmagá-lo. Ele precisa agir já: é a sua última chance de vencer as dificuldades. Aos 75%, o personagem avança com determinação total.
  5. Dos 75% aos 90%-99%, surge uma possibilidade de solução. Dos 90% aos 99%, o personagem obtém o resultado por que tanto lutou, ou a melhor das soluções.
  6. Por fim, o personagem para por momentos, reflete e tira as lições do que aconteceu. Então, celebrará com regozijo o resultado: o que obteve – se é uma “estória de obter”, ou a nova pessoa em que se transformou – se é uma “estória de transformar-se”.

Esta estrutura pode e deve ser usada em todos os tipos de Storytelling. Em todos eles, é muito importante que você garanta que a sua estória avance sempre para o futuro:

  • No Storytelling corporativo, porque, em qualquer empresa, a sua estória deve sempre visar a construção do futuro.
  • Na vida, sua ou de outros, porque você busca sempre a transformação do eu passado em um eu futuro melhor.
  • Na ficção, porque ao criar expectativas sobre o futuro, você engaja a audiência, gera emoção e cria mais impacto.

Injete conflitos na sua estória

No léxico do Storytelling, usa-se a palavra conflito para significar todo o tipo de “obstáculo” – entendido como aquilo que dificulta que o personagem alcance o seu objetivo, seja um obstáculo emocional ou físico, um conflito interno ou externo, uma tensão interna ou externa, um mistério ou uma situação de suspense. Nas estórias, o conflito tem um poder único e mágico: Só ele impele a estória, só ele pode mudar o percurso da estória, só o conflito empurra o personagem ao futuro para chegar onde nem ele imaginava e sentir-se realizado na nova situação. Explore três tipos de conflitos do personagem, de preferência mais do que um: o conflito interno – criado por um dilema moral; o conflito relacional – com os demais personagens e a realidade que o cerca, e o conflito externo – com as circunstâncias ou o meio ambiente. Com isso, você dará à estória um envolvimento e uma profundidade que amarrará a audiência até o fim.

Construa cenas memoráveis

Cena é todo “o momento em que”. Construa cada cena em torno de dois elementos, o “objetivo do personagem na cena”, e os conflitos. A audiência fica presa à cena ao seguir o percurso do personagem, que persegue os seus objetivos e se transforma ao enfrentar e superar os obstáculos. O conflito é o combustível da cena. Desfie as suas cenas de forma eficaz na seguinte sequência: cena de ação e, como sequela, cena de reação. Na cena de ação exponha o objetivo do personagem, os conflitos que ele enfrenta, e a situação de desastre eminente a que ele chega. Na cena de reação narre a reflexão do personagem sobre o que lhe aconteceu, o dilema que ele enfrenta como resultado dessa reflexão, e anuncie a alternativa escolhida por ele.

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James McSill

Um dos consultores de história mais bem-sucedidos do mundo, reconhecido e elogiado pelo seu vasto trabalho na América Latina, América do Norte e Europa, estendendo-se, agora, à Ásia. James, anglo-brasileiro, trilíngue e linguista por formação, tem mais de trinta anos de experiência na arte de conduzir autores a uma “história viável para publicação” e a sensibilizar líderes e organizações quanto aos benefícios do Storytelling como instrumento de trabalho e transformação. Fundador e diretor-executivo da McSill Story Studio (Inglaterra); executivo-chefe do McSill Story Studio (Brasil, Reino Unido, Portugal, Japão e EUA) e do McSill Story/ Transmédia Studio (York/Glasgow), sempre foi pioneiro na indústria do livro e na consultoria de histórias/ STORYTELLING, hoje estentendo-se a TV, Cinema, Teatro e parques temáticos. James é autor de mais de uma dezena de livros, conferencista em reconhecidas convenções de RH e acadêmicas (EUA, Brasil, México e Japão); conduz treinamentos, seminários, workshops e palestras, bem como consultorias privadas para indivíduos ou empresas em todos os aspectos do Storytelling, atingindo uma audiência de mais de dez mil pessoas ao ano. James tem como missão levar o maior número possível de pessoas a entender que a história pode mudar a História, transformando vidas, proporcionando satisfação, bem-estar e felicidade.

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Um dos consultores de histórias mais bem-sucedidos do mundo, autor, conferencista e filantropo.

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