A tipografia de “Stranger Things”

Como um designer ficou viciado em um programa de TV em apenas 52 segundos.

Você provavelmente já ouviu falar de Stranger Things, a mais nova série cult da Netflix pelo seu melhor amigo ou colega de trabalho. E se você é como eu, inocentemente deu play em uma noite de meio de semana, e lá pelas duas horas da manhã percebeu que havia visto 5 episódios em sequência e que teria que trabalhar no dia seguinte.

Sim, a série é realmente muito boa. Mas o que me fisgou? Além do desenvolvimento de personagens brilhante, uma trilha sonora incrível, e todas aquelas referências da minha juventude?
Estes 52 segundos:

Como uma pessoa que passa seus dias tentando se comunicar de forma eficaz através do design, eu reconheci uma outra estrela na tela: a tipografia. 🙌

A abertura de Stranger Things é pura pornografia tipográfica. Com programas de televisão optando por sequências de abertura mais elaborados (pense GOT e True Detective), a abertura de Stranger Things é agradavelmente simples. Ela dispensa os malabarismos e mostra apenas o que é necessário para definir o clima. Mais importante, ela prova uma lição que eu aprendi repetidamente como um designer: você pode fazer muita coisa com tipografia.
Mas como é que algumas panorâmicas de um logotipo conseguem realizar tanto em tão curto espaço de tempo? Eu analisei esse sucesso tipográfico em três partes: a referência, a escala e a paleta.

Referência

O logotipo de Stranger Things provavelmente parece estranhamente familiar, levando-o de volta a uma era em que Stephen King reinou supremo. Os criadores da série, Matt e Ross Duffer, citam diretamente King como a inspiração por trás o logotipo do show, tendo enviado cópias dos romances para Imaginary Force, o estúdio criativo por trás da sequência de abertura.

Stephen King

Capas de romances de Stephen King, a inspiração por trás do logotipo de Stranger Things.

Reconhecível imediatamente por qualquer pessoa que viveu os anos 80, essas capas dão calafrios. Usando uma versão modificada da conhecida fonte Benguiat, o logotipo de Stranger Things faz uma referência muito respeitosa e eficaz já na sequência de abertura, criando o clima para o que vem a seguir.

Escala

Linhas vermelhas brilhantes entram em quadro. Alguém pode pensar que são apenas formas simples no início, mas logo você percebe que é um close-up da articulação do N, e o arco do R, a coluna do S. Eles estão tão próximos que você pode ver a granulação do filme. Faz o seu coração bater um pouco mais forte, certo?
N em Stranger Things

Um extremo close-up da articulação do N.

Um extremo close-up é uma técnica cinematográfica que, quando usado com moderação e com intenção pode invocar a emoção mais intensa do espectador. Ao ficar próximo e pessoal, o espectador atinge um novo nível de intimidade com a cena. Essa intimidade faz com que o espectador se torne vulnerável e vulnerabilidade provoca uma emoção, neste caso, mal-estar ou até mesmo o medo mais profundo.

Paleta

Encontrar a combinação certa de caracteres tipográficos pode ser cansativo. Embora não existam regras, existem algumas técnicas que designers usam para se guiar através do processo. Usando algumas dessas técnicas, o emparelhamento das serifas decorativas da Benguiat e a sans serif geométricas de Avant Garde, constroem uma paleta tipográfica que efetivamente define o tom para a série.
Serifa Decorativa

A serifa decorativa da Benguiat foi inteligentemente emparelhada com a sans serif geométricas da Avant Garde.

O que particularmente me interessa sobre as duas fontes é a sua aliança histórica. Cada uma delas foi desenhada por heróis tipográficos e velhos amigos, Ed Benguiat (Benguiat) e Herb Lubalin (Avant Garde). Cada uma foi liberada pela ITC na década de 1970. E cada uma foi inspirada pelos movimentos de arte distintos do início do século XX – Benguiat por Art Nouveau e Avant Garde pela Bauhaus.

A década de 1980 reavivou a tipografia retrô de vários períodos da arte de uma forma que trouxe um novo significado para a sua utilização. Ao usá-los novamente em 2016, como fez a equipe de Stranger Things tão brilhantemente, somos lembrados do poder histórico da tipografia, a propriedade transcendental do design, e a nostalgia que vive para sempre em nossos corações.

 

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Traduzido e adaptado. Post originalmente postado no blog de Nelson Cash

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