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Porque Storytelling nos ajuda a viver (e não apenas a admirar) nossos valores

Recentemente eu ouvi a história sobre uma vez em que Gandhi estava viajando para uma conferência humanitária acompanhado de uma delegação de ocidentais. Quando ele foi entrar no trem, um de seus sapatos escorregou e caiu no vão entre a plataforma e o vagão. Ao perceber que havia perdido apenas um dos sapatos, Gandhi se abaixou, descalçou o outro e jogou no vão antes que as portas se fechassem. Mais tarde, um dos delegados que o acompanhavam perguntou o porque dele ter jogado o sapato fora. Gandhi respondeu: Um sapato não tem uso para mim, mas um homem pobre pode encontrar o par nos trilhos hoje e fazer bom uso dele.

Quando eu ouvi essa história, fiquei confuso em relação aos meus sentimentos. Por um lado, eu fiquei inspirado sobre como isso retrata compaixão, altruísmo, consciência, espirito de unidade e caráter. Eu amo todos esses valores. Mas por outro lado, me pergunto: nessa situação eu teria feito a mesma coisa? Eu gosto de pensar como Gandhi, mas eu teria agido como ele? Percebi que talvez não, infelizmente.

Não me entenda errado, eu adoraria fazer isso. Faz sentido fazer isso. A verdade é que é inútil não fazer isso. Gandhi estava certo, um sapato só não tem valor. O problema é que houve apenas alguns segundos entre o sapato cair e as portas se fecharem. Foi tão rápido que não houve tempo para decidir o que fazer. Para Gandhi foi uma ação instintiva. Sendo honesto, eu teria gastado esses segundos em choque e frustração ao invés de servir os outros, como ele fez.

 

Admirar valores e viver valores

Todos temos valores que nós admiramos, concordamos e que nos inspiram. Mas o que é necessário para viver esses valores? O que é preciso para que vocês os viva de forma tão consistente e consciente que se torne uma ação instintiva em questão de segundos?

Todas as empresas criam valores. Eles são nobres e corretos, estabelecem acordos entre a equipe, são ambiciosos e inspiradores – mas eles são vividos? Esse é o desafio que as empresas precisam abordar: como capacitar nossa equipe para viver os nossos valores e não apenas concordar com eles?

 

Storytelling dá vida aos valores

Uma das melhores ferramentas de comunicação que qualquer líder pode usar para ampliar a conexão com os valores de uma organização é o storytelling. A história de Gandhi, curta do jeito que é, me ajudou a construir a minha percepção sobre quais eram meus próprios valores e também melhorou minha consciência sobre como viver esses valores. Ela também criou argumentos para discutir o tema com outras pessoas. A mesma coisa acontece nos negócios. Contar histórias nos conecta com uma parte profunda de nossa humanidade. É talvez a única ferramenta de comunicação que quebra as nossas maiores defesas e cria uma oportunidade de conexão aberta e genuína. Muitas vezes associamos histórias com entretenimento, mas em um nível mais profundo elas são realmente associadas a confiança.

O que acontece se você aumentar a confiança da sua empresa em 10%? Quando uma organização leva a sério a tarefa de desenvolver uma cultura de storytelling em seus times e na empresa como um todo, o resultado não é apenas mais clareza na comunicação, mas o aumento da confiança também.

 

Criando um ambiente de confiança através do Storytelling

A razão pela qual a narrativa desenvolve a confiança está embasada em conhecimentos científicos. Paul J. Zac, diretor fundador do Centro de Neuroeconomia, descobriu há uma década que que um hormônio chamado ocitocina funciona como um sinal de que “é seguro se aproximar” para o cérebro.

O que isso tem a ver com o storytelling? Muito. Quando ouvimos uma história que nos envolve, recebemos uma onda de ocitocina. Ela aumenta o nosso sentimento de confiança e nossas defesas diminuem. Isso cria um ambiente para conexão genuína. E nos negócios e na vida, quando abrimos nossas defesas, nos conectamos autenticamente, conversamos com honestidade, experimentamos o progresso e semeamos a semente da futura transformação.

Podemos usar dados e a nossa inteligência para criar valores organizacionais, mas a narrativa tem o poder de ajudar todos a compreender, conectar, discutir, internalizar e finalmente viver esses valores.

Para que isso funcione, a narrativa não deve ser encarada como uma tarefa. Não vai funcionar se sua magia for tratada como um acontecimento isolado. Para que o storytelling seja realmente capaz de realizar transformações, precisa ser uma parte bem recebida e cultivada na cultura organizacional. Quando isso acontece, os funcionários embarcam em uma jornada de admiração aos valores da empresa, e podem vive-los diariamente.

Se você quer que os valores da sua empresa sejam conhecidos e admirados, coloque-os nas paredes do escritório. Mas se você quer que eles sejam vividos, incorpore seus valores em histórias relevantes… e compartilhe essas histórias o tempo todo.

*Essa é uma tradução livre do artigo de Mick Mooney para o Huffpost.

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