150 anos de H.G. Wells, um autor à frente de seu tempo

Um dos criadores da ficção científica, o visionário escritor inglês misturou imaginação e especulação social em obras que exercem influência até hoje.

H.G.Wells

Há 150 anos nascia em Bromley, Inglaterra, o escritor Herbert George Wells. Considerado um dos autores mais influentes de seu tempo, H.G Wells é, ao lado de Julio Verne e Mary Shelley, um dos membros da “santíssima trindade” na origem da Ficção Científica.

De professor a escritor visionário

Antes de dedicar-se integralmente à escrita, H.G Wells foi professor, contador, filósofo e jornalista. A carreira do filho de um jardineiro e de uma empregada ganhou força a partir a partir do sucesso de seu primeiro livro, A Máquina do Tempo, publicado em 1895.

Na história, um intelectual cria uma máquina capaz de se mover pelo tempo, a quarta dimensão. Ele viaja até o distante ano de 802.701 onde encontra os Elóis, pacíficos remanescentes dos humanos, aparentemente vivendo num mundo paradisíaco. Mas o viajante descobre que os Elóis, na realidade, servem de alimento para uma outra raça, os Morlocks, monstruosos habitantes do subterrâneo.

A estreia de Wells na literatura evidenciou a capacidade do autor em criar livros visionários que exploravam tópicos que encontram eco em diversos campos da política, sociedade e cultura dos dias de hoje. Vivendo em um mundo que presenciava o tímido começo da popularização dos automóveis e da luz elétrica, o autor construiu universos que iam além de seu tempo.

Em A Ilha do Dr. Moreau (1896) Wells aborda de forma pioneira questão hoje identificada como manipulação genética; em O Homem Invisível (1897) aprofunda as consequências sofridas por um cientista que utiliza o próprio corpo como cobaia, dando sequência a outro clássico, Dr. Jekyll e Mr. Hyde, de Robert Louis Stevenson, publicado no ano anterior; em A Guerra dos Mundos (1898) materializa, pela primeira vez uma invasão da Terra por seres de outro planeta. Por fim, Os Primeiros Homens Na Lua (1901) narra a épica viagem de um empresário, Bedford, e de um cientista excêntrico, Cavor, rumo ao satélite natural da Terra.

O legado na cultura pop

Os livros de Wells geraram obras derivadas que se tornaram icônicas. Dentre as mais de 15 obras inspiradas pelas criações do autor, a mais célebre é a dramatização do livro para o rádio idealizada por Orson Welles às vésperas da Segunda Guerra Mundial. Misturando boletins de notícias, com músicas ao vivo, muitos ouvintes acharam que se tratava de uma invasão marciana verdadeira.

“Wells é um dos pais fundadores da ficção científica. Ele foi o primeiro a imaginar que a Terra poderia ser invadida por extraterrestres do mal. Acho que sem ele, nossa história com os alienígenas seria completamente diferente.”, comenta Luara França, editora da Suma de Letras, que publica as obras de Wells no Brasil.

“Em suas obras, Wells tentou imaginar uma civilização mais humanista do que a nossa. Ele queria mudar o mundo, e fazia isso misturando teorias científicas e críticas à sociedade”, complementa Luara.

Originalmente postado no Omelete

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